domingo, 1 de abril de 2012

HISTÓRIA DO CROCHÊ



"O termo crochê tem origem na palavra francesa croc, que significa gancho, mas onde e como surgiu, ninguém atesta com precisão. No entanto, pesquisas arqueológicas comprovam que o crochê teve origem na China, como uma forma de costura. Posteriormente, a técnica, conhecida como tambouring (palavra do idioma inglês, que significa tambor) ultrapassou fronteiras alcançando a Turquia, Índia, Pérsia, norte da África chegando, finalmente, ao continente europeu, por volta de 1.700. No final do século 18 a técnica evoluiu para o que os franceses chamam de "crochê no ar", em que o tecido de fundo e o bastidor foram abolidos e a agulha passou a ser trabalhada diretamente com a linha. Espalhando-se pela Europa, o crochê ganhou fama na Inglaterra na era Vitoriana, quando esse tipo de artesanato era o passatempo preferido das senhoras da nobreza. No início do século 19, fios com a seda eram largamente usados para imitar bordados e laços importados, marcando o pricípio do crochê filé. Gráficos do começo do século 20 já produziam com perfeição as fábulas, contos infantis e até mesmo romances, como a famosa história de Romeu e Julieta...".



O conhecemos como crochê, assim como os franceses, belgas, italianos e as pessoas de fala hispana; na Holanda, se conhece como hacken/haeckling; na Dinamarca, hekling; e na Noruega e na Suécia como virkning.



A americana Annie Potter, especialista na "arte moderna do verdadeiro crochê", como o conhecemos hoje, diz que ele foi desenvolvido duranto o século 16.



Na França conhecia-se como "corado do crochet" e na Inglaterra como "cordão de corrente"; também foram encontrados verdadeiros exemplos desta arte entre os descendentes de índios da Guayana em 1916.



A escritora e investigadora, Lis Paludan da Dinamarca, que limitou sua busca da origem do crochê na Europa, chegou as seguintes conclusões:



  • O Crochet originou-se na Arábia, extendendo-se até o Tibet e ao oeste até a Espanha, de onde seguiu pelas rotas comerciais árabes a outros países mediterrâneos.
  • A evidência mais antiga do crochê veio da América do Sul, lugar onde uma tribo primitiva foi vista utilizando adornos de crochê em rituais.
  • Na China, encontraram-se antigas bonecas tridimensionais trabalhadas em crochê.
  • O amigurumis é uma técnica de origem japonesa que consiste em tecer pequenos bonecos de crochê, mas também, podem ser criados outros bonecos com formas antropomórficas e, inclusive, acessórios como bolsas ou pequenas carteiras para carregar moedas.

Paludan diz que existe "evidência convincente" do quanto é antiga a arte do crochê e de onde veio; de todas formas, mesmo sendo quase impossível encontrar evidências sobre esta arte na Europa antes de 1800, muitas fontes indicam que o crochê foi conhecido posteriormente ao 1500, na Itália, sob o nome de "trabalho da feira" ou de "cordão da feira".

Na França, crescia igualmente, o interesse pelo crochê, mas o trabalho feito à mão é progressivamente substituído pela produção industrial. A técnica, que anteriormente passava de geração em geração, numa tradição que unia transmissão do conhecimento de forma oral e manual, passou a ser objeto de livros, nos quais se publicavam os pontos básicos seguidos de inúmeros projetos e modelos.

Assim, Mademoiselle Riego de La Blanchardière, depois de ter ensinado a técnica do crochê à corte da Rainha Vitória, publicou a primeira revista sobre o assunto: The Needle.

A moda do crochê mudou no fim do período vitoriano, nos anos 1890. Já na era eduardiana, a renda crochetada teve seu ápice entre os anos 10 e 20 do século passado, apresentando texturas e pontos mais elaborados.

As cores fortes cederam lugar ao branco e aos tons pálidos, exceção feita apenas quando a técnica surgia em bolsas. Nesse caso, somavam-se fios de sedas multicoloridas em miçangas.

Após a Primeira Guerra Mundial, surgem poucos modelos de crochê, em sua maioria versões simplificadas daqueles que fizeram sucesso no início do século 20. Terminada a Segunda Guerra Mundial, os últimos anos da década de 40 até o início dos anos 60, há um ressurgimento da técnica, agora direcionada ao artesanato decorativo. Fazendo uso de fios coloridos e encorpados, surgiam tapetes, descansos de travessas, pegadores de panelas, etc....

Nos anos 70 popularizaram-se os grandes quadrados multicoloridos de crochê, que os hippies usaram num sem número de aplicações. Hoje ele reina sobre os objetos decorativos e ganhou enorme expressão nas passarelas da moda.



Tipos de Crochê

Os tipos, relacionados a seguir, são derivados da técnica básica de crochê:

  • Crochê filé: blocos de pontos altos intercalados com "vazios" caracterizam essa trama quadriculada. Alguns riscos simples de ponto cruz podem ser transformados em filé.

  • Crochê tunisiano: usa-se uma longa agulha, parecida com a agulha usada em tricô, porém, com gancho na ponta. Cada carreira é feita em duas fases, a primeira da direita para a esquerda e a segunda, da esquerda para a direita, sem virar o trabalho.

  • Broomstick-lace: é um crochê, apesar de ser feito com uma larga agulha de tricô. Na verdade, essa ferramenta, serve de orientação às laçadas sobre as quais será a nova carreira. Sua textura parece com o crochê de grampo.


  • Crochê de grampo ou grampagem: aqui, a ferramenta de sustentação é um grande "U" em madeira ou metal sobre o qual são tecidas faixas com a ajuda de uma agulha de crochê. Depois essas faixas são unidas com uma grande variedade de pontos crochetados.



  • Crochê duplo: feito com uma grande agulha com ganchos nas duas extremidades. Isso permite que possa trabalhar as duas faces da trama, que ficará bem encorpada e, se quiser, em cores alternadas.


Read more: http://www.ateliemanoelanunes.com/2011/02/coluna-patricia-silva-historia-do.html#ixzz1zq95x8ld